O Brasil é um dos países com a maior carga tributária do mundo. Viver por aqui é caro e pode comprometer bastante o orçamento do cidadão. Conhecer o impostômetro pode ajudar na hora de entender melhor esses cálculos.
Os impostos no Brasil têm finalidade de alimentar o caixa público. Ou seja, o dinheiro é destinado sempre a melhorias que sejam refletidas na sociedade, ou ao pagamento dos agentes públicos que trabalham para o cidadão brasileiro.
No entanto, a maioria das pessoas e empresas desconhece o valor total gasto com impostos. E, acredite: quando você coloca isso na ponta do lápis o valor pode ser assustador.
O que é o Impostômetro?
O Impostometro é uma ferramenta desenvolvida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que tem como finalidade calcular os valores pagos em impostos pelos cidadãos. Ademais, o site existe desde 2005 e está disponível para ser acessado gratuitamente.
Para tanto o medidor considera todos os impostos pagos no Brasil. Portanto, são contabilizados valores referentes às três esferas do poder, incluindo impostos, taxas e contribuições. Também são consideradas para a soma os valores de multas e juros acrescidos.
Base de dados:
Para obter tantas informações e reunir isso em um mesmo site a fonte principal é a Receita Federal. Afinal, é a Receita quem controla todos os custos de vida do cidadão brasileiro, e para onde os tributos e impostos são destinados.
Outras fontes usadas para coleta das informações são:
- Secretaria do Tesouro Nacional;
- Caixa Econômica Federal;
- Tribunal de Contas da União;
- IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
- CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária;
- Secretarias Estaduais de Fazenda;
- Tribunais de Contas dos Estados;
- Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda;
- Secretaria do Tesouro Nacional;
Em alguns casos o Impostômetro também pode usar como base os valores arrecadados no ano anterior. No entanto, isso acontece para números que ainda não foram oficialmente divulgados pelos órgãos responsáveis.
Impostômetro: Quanto o brasileiro pagou de impostos em 2022?
Com a chegada de um novo ano vem também as preocupações com as finanças e um desejo intrínseco de organizar o dinheiro. Com isso, CNPJs e CPFs passam a olhar com mais atenção para o que aconteceu no ano anterior.
De acordo com o Impostômetro 2022, os brasileiros pagaram quase 3 trilhões de reais aos cofres públicos no ano passado. Isso, é claro, é a soma de todos os cidadãos pagantes do país.
Em novembro de 2022 o medidor bateu 2,5 trilhões de reais, o que já representa um valor 40% mais alto do aquele obtido no ano anterior, em 2021, pela mesma ferramenta. Vale ressaltar que o Impostômetro é atualizado em tempo real.
Conheça os principais impostos brasileiros
Falar do impostômetro de forma geral pode não ser tão interessante para quem quer olhar com calma para as próprias contas. Afinal, a pergunta que fica é: quanto eu paguei de impostos no ano anterior?
Não há uma resposta única para essa pergunta é claro. Afinal, isso varia muito de acordo com o estilo de vida e consumo de cada pessoa, bem como as atividades prestadas por cada empresa.
No entanto, existem alguns impostos que definitivamente representam uma parcela importante do orçamento do brasileiro. Vamos conhecer alguns dos principais.
Principais impostos federais
As taxações federais estão previstas na Constituição Federal de 1988. Portanto, elas devem ser pagas corretamente por empresas e pessoas que se enquadrem nos requisitos de obrigatoriedade.
Imposto de Renda
O Imposto de Renda é a taxa mais importante cobrada pelo governo federal. Ele recai tanto sobre pessoa física (IRPF) quanto sobre pessoas jurídicas (IRPJ).
Ademais, o valor é calculado sobre a renda dos brasileiros. No caso de empresas o que vale é o rendimento das empresas. Sua alíquota é variável considerando justamente essa renda.
Ademais, vale lembrar que cidadãos com renda inferior a R$1.903,98 são isentos da declaração e a partir daí a tabela varia para mais conforme a fortuna aumenta.
Já para empresas a variação considera a renda bruta e também o nicho de atuação. No entanto, nenhuma empresa está isenta da declaração. O regime tributário em que ela está enquadrada é que define a alíquota praticada.
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido):
A Contribuição Social sobre Lucro Líquido também impacta o Impostômetro e é um dos impostos mais importantes do país. Sua variação considera a renda líquida das empresas e varia de 9% até 20%.
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social):
Esse tributo destina sua arrecadação para o fundo de aposentadoria social. Ou seja, é a “´poupança” criada pelo governo para garantir o benefício da aposentadoria a todos os contribuintes que se encaixam nas exigências.
O desconto é feito diretamente na folha de pagamento. As alíquotas são variáveis de 8% a 11%, depende da remuneração.
FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
É função do empregador recolher mensalmente 8% do salário de seus empregados para o FGTS. No entanto, o trabalhador pode retirar o valor em caso de demissão sem justa causa e após 5 anos de inatividade da conta.
Além desses, existem outros valores que o Impostômetro considera essenciais para o cálculo do valor pago pelos brasileiros para o governo. PIS e COFINS, por exemplo, são outros dois impostos essenciais.
O brasileiro trabalha 153 dias para pagar impostos
Ainda segundo dados divulgados pela ACSP em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o brasileiro trabalha 153 dias do seu ano exclusivamente para pagar impostos que recaem sobre ele.
Esses dados colocam o país em 8° lugar no ranking mundial de tributações. Portanto, estamos a frente de países como Alemanha, Canadá e Estados Unidos, onde os cidadãos precisam trabalhar menos dias para arcar com os custos do país.
No entanto, apesar de uma carga tributária elevada, muitos brasileiros se queixam da qualidade dos serviços públicos. Afinal, muitos serviços públicos ficam aquém do esperado.
Isso é reflexo de desvios de verbas e má administração do dinheiro público. Ao final das contas, o Impostômetro mostra que o brasileiro, mesmo pagando suas contas, não obtém os benefícios esperados com isso.