Desde o começo da quarentena, fruto da pandemia do novo coronavírus, o governo vem tomando inúmeras medidas para diminuir ao máximo os impactos econômicos provocados por ela. Mas será que estas ações estão sendo realmente efetivas? O assunto fica ainda mais incerto quando pensamos na manutenção das pequenas empresas.
Isso porque segundo diversos economistas e analistas, muitos desses procedimentos são insuficientes e até mesmo ineficazes, não auxiliando aqueles que realmente necessitam, os médios e pequenos comerciantes. E fato é que estes são os que mais enfrentam dificuldades em meio a enorme crise que vivemos.
Quais foram as principais medidas tomadas pelo governo até agora?
Todos nós sabemos que durante muito tempo, donos de comércios considerados menores ficaram sem poder abrir suas lojas. Isso, logicamente, provocou uma profunda queda em seu faturamento.
Assim, o governo decidiu apresentar algumas ações que pudessem auxiliar na manutenção das pequenas empresas. E, apesar de muitos colaboradores reclamarem de não conseguir acessá-las com facilidade, aqui estão as principais delas:
- Auxílio emergencial de R$ 600- benefício para trabalhadores informais, desempregados, contribuintes individuais do INSS e MEIs;
- Linha de crédito emergencial- esta é direcionada a pequenas e médias empresas, com faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões. O intuito é ajudá-las a pagar os salários de seus funcionários. Toda a operação é realizada em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos privados. Ela está liberada desde 6 de abril;
- Linha de crédito da Caixa Econômica Federal- voltada ao microempreendedor individual e a micro e pequenas empresas para que possuam capital de giro. Está aberta desde 22 de abril;
- Linha de crédito para ajudar micro e pequenas empresas- proporciona recursos a microempresas com faturamento anual de até R$ 360 mil, e a pequenas empresas com faturamento anual de de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões, a uma taxa de juros máxima igual à Taxa Selic , acrescida de 1,25%. O valor poderá ser dividido em até 36 parcelas.
Apesar dos benefícios, o que torna tão difícil a manutenção das pequenas empresas?
Como citado anteriormente, diversas empresas consideradas como pequenas possuem extrema dificuldade em garantir os benefícios listados. Desse modo, fica muito complicado manter o negócio funcionando.
Muitos ainda apontam que as ações tomadas pelo governo são falhas e não representam o que os pequenos comerciantes realmente necessitam. Eles destacam que o estado não descobriu o seu verdadeiro papel em situações como esta.
A grande verdade é que existe uma tremenda demora no pagamento do Auxílio Emergencial e também na ajuda financeira para as empresas, principalmente as consideradas micro e pequenas.
Enquanto isso, a carga tributária média do país é de 35%. O mínimo que esperamos é que o Estado tenha capacidade de auxiliar as pessoas e as empresas o mais cedo possível, visando evitar com que o buraco fique cada vez mais fundo e a situação se torne irreversível.
Algumas micro e pequenas empresas ficaram sem receber o crédito que tinham direito durante um período de três meses. O ponto é que não adianta o estado abrir uma linha de crédito uma vez que o risco dela fica em posse do banco, pois não irá emprestar esse dinheiro.
Também existe extrema demora na aprovação de crédito para ações emergenciais pelo BNDES. Até o momento, de um orçamento de 77 bilhões de reais, nem metade foi aprovado. Observa-se que falta uma atuação mais ativa do BNDES no auxílio aos pequenos empresários e até mesmo microempreendedores.
Além disso, é necessário viabilizar o acesso às linhas de crédito emergenciais e também oferecer mais empréstimos custeados pelo Tesouro Nacional. Desse modo os agentes financeiros tendem a ficar menos restritivos na análise e concessão de financiamentos.
O que podemos concluir é que, apesar das diversas medidas tomadas pelo governo, o que realmente dificulta a manutenção das pequenas empresas em um período delicado como esse é a morosidade e falta de acesso aos benefícios disponibilizados. Também podemos inferir que é nesse momento em que a gestão tributária de qualidade se demonstra cada vez mais importante para garantir a saúde financeira de sua empresa.